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Sheikh Hasina Condenada a Morte

By Admin

November 18, 2025

Sheikh Hasina Condenada a Morte. A Justiça de Bangladesh proferiu uma decisão chocante: aliás a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina, de 78 anos, foi condenada à pena de morte por crimes contra a humanidade. O veredito foi anunciado em 17 de novembro de 2025 pelo Tribunal Internacional de Crimes de Dhaka. 

Essa condenação marca um ponto de virada dramático na turbulenta história recente do país, especialmente porque ocorre enquanto Bangladesh se prepara para eleições legislativas nas próximas semanas.

Os fatos que motivaram a condenação

1. Origens da acusação: os protestos estudantis de 2024

A sentença decorre da repressão violenta que Sheikh Hasina ordenou durante protestos liderados por estudantes em 2024, segundo o tribunal.  Esses distúrbios cresceram rapidamente e paralisaram o país, culminando na queda de seu governo. 

Estima-se que até 1,4 mil pessoas morreram, a maioria civis, conforme dados de organismos internacionais vinculados à ONU. 

2. Sentença em julgamento à revelia

Hasina não estava presente no tribunal para seu julgamento. Ela fugiu para a Índia em agosto de 2024, por meio de um helicóptero, após semanas de confrontos internos no país. 

Por isso, o tribunal a condenou in absentia, isto é, sem sua presença física, o que aumenta a carga simbólica e política da decisão.

3. Elementos de crimes contra a humanidade identificados

Segundo o juiz Golam Mortuza Mozumder, o tribunal identificou todos os elementos constitutivos de crimes contra a humanidade: ordem direta de ataques coordenados contra manifestantes, uso de força letal e operações militares com drones e helicópteros durante os protestos. 

Entre os pontos mais graves, o tribunal afirma que essas ações não foram espontâneas, mas sim orquestradas, sob a responsabilidade de Hasina.

Responsabilização de aliados e gabinete: Sheikh Hasina Condenada a Morte

A sentença de 453 páginas também responsabiliza antigos aliados de seu governo. Entre os condenados está Asaduzzaman Khan, que ocupou o cargo de ministro do Interior. 

Essa amplitude na responsabilização reforça a visão do tribunal de que os crimes não foram isolados, mas parte de uma estratégia de repressão sistemática.

A reação de Hasina e suas críticas ao tribunal

Hasina, por meio de seus assessores, afirmou que o julgamento foi conduzido por um tribunal manipulado, controlado por um governo sem mandato democrático. 

Ela vê a sentença como uma manobra para eliminar sua presença na vida pública. Segundo ela, todo o processo tem motivações políticas, e sua condenação serviria para consolidar o poder de seus adversários.

Dessa forma, ela reforça que negou todas as acusações e questiona a legitimidade do tribunal que a julgou.

O contexto político e a tensão preeleitoral

A condenação acontece em um momento altamente delicado para Bangladesh: faltam apenas três meses para as eleições legislativas. 

Para conter possíveis reações, as autoridades reforçaram a segurança em torno do tribunal e em pontos estratégicos de Dhaka. 

Além disso, organizações internacionais já haviam manifestado preocupação com a condução dos julgamentos, especialmente porque ocorreram sem a presença de Hasina e em um contexto marcado por denúncias de perseguição política desde a assunção de um governo provisório. 

Impasses diplomáticos: a Índia e o pedido de extradição Sheikh Hasina Condenada a Morte

Apesar da sentença, analistas veem como improvável uma extradição de Hasina pela Índia no curto prazo. 

A permanência de Hasina em território indiano prolonga o impasse político. Isso porque a Índia é um ator-chave na crise: ela acolheu a ex-primeira-ministra, e responder positivamente ao pedido de extradição poderia causar repercussões diplomáticas, especialmente nas vésperas de eleições em Bangladesh.

Assim, mesmo com a condenação, há incerteza sobre a viabilização prática da pena.

Reações nacionais e internacionais

Do ponto de vista internacional, há diferentes percepções sobre o veredito. Por um lado, há quem considere a condenação como um passo importante para a responsabilização por violações graves, especialmente porque envolve questões de direitos humanos em larga escala. 

Por outro lado, a pena de morte gerou críticas: organismos de direitos humanos e representantes da ONU já expressaram preocupação, pois penalidades capitais são controversas segundo padrões internacionais. 

No âmbito nacional, a decisão acentua uma divisão política profunda. Para aliados de Hasina, trata-se de perseguição; para parte da população, é uma forma de justiça pelos atos de repressão.

A figura de Sheikh Hasina Condenada a Morte: legado e controvérsia

Sheikh Hasina governou Bangladesh por cerca de 15 anos, se consolidando como uma das líderes mais influentes da era recente do país. 

Porém, seu governo foi marcado por acusações sérias: além dos protestos de 2024, havia denúncias de corrupção, tortura e desaparecimentos forçados. 

O julgamento deste ano reflete tanto seu poder quanto suas controvérsias. A condenação à morte representa uma ruptura: não é apenas o fim simbólico de uma era, mas também um sinal de que os novos governantes querem estabelecer um marco de responsabilidade.

Possíveis desdobramentos

Diante desse cenário, vários desdobramentos são possíveis:

  1. Apelo judicial: a defesa de Hasina pode recorrer à Suprema Corte de Bangladesh, contestando a sentença e alegando irregularidades no processo.
  2. Pressão diplomática: com Hasina refugiada na Índia, seu futuro pode depender de negociações diplomáticas, que envolvem não só Bangladesh e Índia, mas também organismos internacionais.
  3. Impacto nas eleições: o veredito pode influenciar fortemente a corrida eleitoral, acirrando tensões entre diferentes facções políticas.
  4. Consequências para diretrizes de direitos humanos: a aplicação da pena de morte por crimes contra a humanidade pode gerar debate global sobre justiça e punição em regimes democráticos, especialmente num momento em que muitos países debatem abolir a pena capital.

Em Conclusão

A condenação de Sheikh Hasina à morte por crimes contra a humanidade representa um momento dramático para Bangladesh — tanto do ponto de vista jurídico quanto político. Por um lado, o tribunal afirma que ela orquestrou uma repressão brutal; por outro, sua defesa denuncia motivação política e falta de legitimidade do processo.

Além disso, o caso lança uma luz incômoda sobre o desafio de conciliar justiça, reconciliação e estabilidade num país que se prepara para eleições decisivas com Sheikh Hasina Condenada a Morte.

No fim das contas, a decisão marca não apenas o encerramento de um capítulo conturbado, mas também o início de novos dilemas para Bangladesh — em sua política interna e no seu lugar no palco internacional..

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